JONAL DA IBIAPABA VERDADEIRAMENTE IMPARCIAL

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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Jovem torturada em Praia Grande por ciúme nega traição e relata ameaças

01/10/2014 postado por Junior Ximenes                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

G1 conversou com exclusividade com garota agredida em Praia Grande.
Jovem foi torturada e agressora divulgou o vídeo pelas redes sociais.Alexandre Lopes e Mariane Rossi*

Do G1 Santos
Vítima de agressão fala sobre o caso (Foto: Guilherme Lucio/G1)Vítima de agressão conversou com exclusividade com o G1 (Foto: Guilherme Lucio/G1)
A adolescente de 17 anos que foi sequestrada, torturada e espancada por outra jovem que suspeitava de uma traição do marido falou pela primeira vez sobre as agressões que sofreu. Em entrevista ao G1, a vítima, que prefere não ser identificada, admitiu ter namorado o pivô da confusão (marido da acusada). Porém, ela afirma que nunca se relacionou com ele enquanto o rapaz estava com a outra. Além das cicatrizes causadas por queimaduras de cigarro, a adolescente sofreu uma deformação no crânio. Ela conta também que tem evitado sair de casa (leia abaixo o relato da vítima sobre o crime).
Quase um mês após o caso, a adolescente resolveu buscar ajuda da polícia. "Ela não tem que fazer isso com ninguém. Não tem preço o que ela fez. Ela tem que amargar na cadeia, que é o lugar dela”, afirma a vítima. A jovem registrou um boletim de ocorrência somente nesta terça-feira (30), por medo de represálias. Na companhia do advogado Wilson Barbosa e da mãe, ela prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Praia Grande.
Segundo a delegada Rosemar Cardoso, há três agressoras já que outras duas mulheres ajudaram na ação. “Houve o sequestro, o cárcere na casa e a tortura. Era a casa onde ela [agressora] morava com ele”, afirmou a delegada. O crime por tortura tem pena de dois a oito anos e pode aumentar de um sexto até um terço, caso o crime seja cometido contra uma adolescente e mediante sequestro. Além disso, é inafiançável. “A investigação vai continuar para encontrar todas as agressoras”, conclui a delegada.
Mãe de torturada em Praia Grande afirma que jovem teve lesão na cabeça (Foto: Guilherme Lucio/G1)Mãe de torturada afirma que jovem teve lesão na
cabeça (Foto: Guilherme Lucio/G1)
O advogado acredita que será fácil identificar os envolvidos no crime já que o vídeo expôs a intimidade das agressoras. “Precisamos abrir o inquérito policial, identificar onde ela [agressora] se encontra e já criar uma medida de afastamento, qualquer tipo de contato. Por ela ser menor, o MP vai atuar de maneira indireta. Provavelmente, até pelo vídeo, ela usa a prova contra si mesmo e eu acredito que o MP possa pedir até uma prisão temporária dela”, diz Barbosa.
O relato da vítima
A jovem relata que conheceu o rapaz em uma casa noturna. Eles começaram a sair juntos e namoraram durante um ano. Após o término do namoro, em maio, a vítima diz que apenas conversava com o ex por telefone. “Ele começou a ficar com ela. Passou uma semana e ele já foi morar com a garota. Aí passou um mês, ele começou a me ligar, a me procurar. Ela descobriu, começou a me xingar no Facebook, falar que eu era 'talarica', que ela ia me pegar, que eu era safada”, lembra.
Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Ela me queimou com cigarro"
Vítima de agressão
A vítima conta que o rapaz acabou terminando o namoro. “Ela pegou e ficou com raiva. Pensou que era por minha causa. Tentou cortar os pulsos, se matar por causa dele. Aí foi até a casa da minha avó. Ela e mais duas amigas foram atrás de mim e falaram que iam me levar até ele. Eu, inocente, acreditei e fui”, conta. Ela foi levada para a casa da agressora, que trancou as portas e, na companhia de outras duas amigas, torturou a adolescente, segundo a polícia.
De acordo com a vítima, a agressora bateu em sua cabeça com uma panela de pressão e um capacete. “Ela fez eu tirar a minha roupa. Jogou vinagre e sal nas minhas partes íntimas. Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Jogou a minha cara na parede, me jogou no chão. Ela me queimou com cigarro”, relata. A jovem acrescenta que agressora pedia para que ela confessasse a traição e a xingava de "safada e vagabunda", além de ameaçar ela e sua família. “Foi péssimo. Eu nem sei o que eu senti. Me senti sem vida”, diz.
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Jovem torturada em Praia Grande, SP, registrou ocorrência da delegacia (Foto: Guilherme Lucio/G1)Jovem torturada em Praia Grande, SP, registrou ocorrência da delegacia (Foto: Guilherme Lucio/G1)
Repercussão de vídeo da agressão
Uma das jovens que estava na casa gravou toda a ação. O vídeo foi postado em uma rede social e o caso repercutiu na internet. Com a propagação do vídeo, a vítima sentiu as consequências na própria rotina. “Não consigo mais trabalhar. Os outros ficam me olhando na rua como se eu tivesse ficado com o marido dela, como se eu fosse a talarica, como ela diz. Tudo o que ela falou lá é exatamente o que eu não sou. Eu não sou nada disso”, afirma.
Ela já tinha postado [na internet] que ia pegar a minha filha e que ia postar um vídeo"
Rosemeire Aparecida de Souza, mãe da vítima
Após a agressão, uma das jovens que estava no local levou a vítima até a casa da avó, onde ela pediu ajuda aos familiares. A mãe da vítima, a funcionária pública Rosemeire Aparecida de Souza, conta que a filha chegou em casa "deformada". “Eu vi como ela estava deformada. Fiquei pensando no psicológico dela, na tortura que ela passou. Ela foi muito torturada. Foi muito difícil para mim. No momento, o que eu pensava era em cuidar da minha filha”, conta.

A menina precisou ser internada por causa dos ferimentos na cabeça e das marcas, espalhadas, principalmente, pelo rosto e braços. Rosemeire afirma que a filha já estava sendo perseguida pela agressora antes do episódio. “Ela já tinha postado [na internet] que ia pegar a minha filha e que ia postar um vídeo”, falou. Ela, assim como a filha, não conhecia a torturadora, apenas o ex-namorado. Para ela, o garoto ainda tinha sentimentos pela filha dela e esse foi o motivo da revolta da agressora.
Agressão veio à tona
O vídeo que mostra a jovem torturando a menor de idade foi publicado em uma rede social, na última segunda-feira (29), por amigos da agressora. Antes de ser removido por violar os termos de uso do Facebook, a postagem acumulou, em menos de cinco horas, mais de 50 mil compartilhamentos.
Na gravação, que tem pouco mais de um minuto, a vítima já aparece com vários ferimentos no rosto. Durante a gravação, a agressora chega a apagar, em duas oportunidades, um cigarro no rosto da menor, que é obrigada a confessar que teria saído com o marido dela enquanto leva vários socos e tapas. O vídeo contém imagens fortes.

(*) Colaborou Guilherme Lucio
     

Ministério Público ajuíza seis ações em Carnaubal por fraude em licitações

03/10/2014 11h15
REGIÃO DA IBIAPABA                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
Hermínia Vieira
jornalismo@cearanews7.com.br
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O Ministério Público do Estado do Ceará ajuizou três Ações Civis Públicas (ACPs), três denúncias e uma ação cautelar em Carnaubal, na região da Ibiapaba, contra gestores, ex-gestores públicos e outras duas pessoas acusadas de fraudes em licitações. Os seis documentos foram protocolados entre agosto e setembro, pelo promotor de Justiça Marcelo Cochrane Santiago Sampaio.

Todas as ações estão relacionadas a fraudes em três processos licitatórios referentes à confecção de materiais gráficos; à aquisição de gêneros alimentícios destinados às unidades de saúde e de material de limpeza para as diversas secretarias da Prefeitura de Carnaubal; e à compra de urnas funerárias relacionadas ao auxílio-mortalidade para a população de baixa renda do Município. No dia 24 de julho deste ano, o MPCE realizou uma diligência junto à comissão de licitação da Prefeitura e, na ocasião, verificou diversas irregularidades. Entre outras coisas, foram identificadas licitações sem a devida autuação em forma de procedimento e documentos sem assinatura, muito embora algumas das licitações constassem como “finalizadas” no portal Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Para o MP, isso demonstra que os procedimentos foram realizados sem que fosse observado o rigor formal da lei.

Por conta disso, foram ajuizadas três ACPs por ato de improbidade administrativa contra gestores e ex-gestores públicos. Alguns deles são acusados em apenas uma das ações e outros em mais de uma. Seguem os nomes dos processados: o ex-secretário de Saúde Fernando Araújo; o ordenador de despesas Artêmio César Isaías Fontenele, que atua em várias secretarias; o procurador-geral do Município, Victor de Andrade Sá; a secretária de Educação, Lúcia Helena Pinto; a presidente da comissão de licitação, Rayane Paiva Moreira; e as servidoras Adriana Lima e Ionara Barroso, membros da mesma comissão. Entre outras coisas, o MPCE pede que eles sejam condenados conforme a Lei 8.429/92, que prevê perda da função pública; suspensão de direitos políticos por um período de 5 a 8 anos; pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano causado e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais e creditícios durante 5 anos.

As três denúncias têm o objetivo de pedir que eles respondam criminalmente pelos atos relatados. Assim como ocorre com as ACPs, alguns deles são denunciados em apenas uma ação e outros em mais de uma. Além dos nomes já citados, respondem também o empresário Reinaldo Sousa Guasque e o procurador da microempresa dele, Marcílio Terceiro de Vasconcelos. A empresa teria participado de uma licitação supostamente ocorrida em 15 de julho de 2014, mas, segundo informações do Portal da Transparência, um montante de R$ 7.728 foi pago a ela em abril. Para o MPCE, isso indica que o procedimento licitatório foi forjado, já que o pagamento foi feito muito tempo antes da suposta realização do certame.

Cabe ressaltar que, anteriormente, em 24 de julho, o MP havia ajuizado uma ação cautelar pedindo a expedição de um mandado de busca e apreensão de algumas licitações, certidões avulsas e computadores instalados na comissão de licitação da Prefeitura. No mesmo dia, o juiz Moisés Brisamar Freire deferiu o pedido e o material serviu de subsídio para as investigações, as quais continuam em andamento na Promotoria de Justiça de Carnaubal.

Fonte: assessoria de comunicação do Ministério Público do Estado do Ceará.